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terça-feira, 20 de setembro de 2016

Saudade

Perder uma mãe não é fácil, ainda mais quando se tem 20 anos e ela 41. Mesmo depois de voltar a rotina e começar a planejar o futuro novamente, é impossível descrever esse vazio sem cura que nada tem a ver com o sentimento de tristeza que encontramos rotineiramente. Porém, sinto que a minha dor não é egoísta, não penso no que eu vou ser sem ela, penso no que poderíamos ser juntas, nas coisas que ela planejava fazer, nas viagens, no sucesso das filhas que ela tanto queria assistir e isso é o que dói mais.
Ainda não completou nem um mês, mas estou sendo abraçada com uma força inacreditável. Eu, sinceramente, não sei como consigo acordar todos os dias e me dedicar às minhas obrigações pensando que a qualquer momento eu ou qualquer pessoa que amo pode não voltar mais pra casa, pensando que minha mãe não vai mais me ligar para perguntar se almocei ou porque eu demorei cinco minutos a mais para chegar, pensando no sentido das coisas que estamos condicionados a fazer todos os dias, pensando se tudo nessa vida tem um motivo, mas apesar de todos os pensamentos que insistem em me colocar para baixo, estou aqui com muita vontade de encarar o mundo.
Ninguém é preparado para este momento que até agora considero inexplicável, ninguém é preparado para a perda, mas eu fui preparada para ser dona de mim e não paro de pensar em como sou grata a minha mãe por isso.
Hoje a saudade apertou muito e é por isso que escrevi esse texto, acho que ela gostaria muito de ler, sempre gostava das coisas que eu escrevia, certa vez até chorou ao ler uma redação besta que escrevi para entregar na escola, coisas de mãe...



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