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segunda-feira, 5 de setembro de 2016

Trizteza

Dia 28 de agosto de 2016 eu perdi a pessoa mais importante da minha vida. Ela era essencial para mim, aquela que se preocupava com qualquer coisa que eu falava ou demonstrava. A minha fome, meu excesso ou falta de sono, meus dentes, meu cabelo, minhas roupas, minhas emoções, com quem eu andava ou deixava de andar, meu desempenho na faculdade, o meu ânimo no trabalho, as redações problemáticas que sempre escrevia para mostrar aos professores... Minha mãe realmente me levava a sério e essas questões eram prioridades pra ela. Eu era prioridade na vida dela.

No momento em que soubemos do tão temido diagnóstico da doença que ela lutou bravamente contra durante esses 10 meses a nossa vida parecia tão boa, estávamos nos realizando no quesito mãe e filha. Nunca conversamos tanto, nunca eu fui tão sincera sobre o que se passava. Todo o passado ruim que nos levaram diversas vezes a discussões intermináveis parecia não fazer mais parte da nossa história. Pessoas ruins e que diversas vezes desejaram o nosso mal desapareceram.

Mas aí surgiu a doença, traiçoeira, inesperada, incompreensível e sem nenhum motivo aparente. Não tem explicação, não tem sentido, a primeira palavra que veio a mim foi injustiça.

Minha mãe lutou muito, era disciplinada, regrada, colocava o despertador para tocar a cada vez que tinha que tomar um remédio - e eram muitos. Exames, consultas e problemas diários. Tudo conforme o planejado... Mas planejado por quem?

O susto veio no finalzinho da batalha, no sonho do renascimento.

Em toda oportunidade ela dizia que o motivo de sua luta eram as filhas e que sem nós tudo seria em vão.

É uma dor que não pode ser medida, não dá nem pra ser descrita, é tão profunda que a esperança - aquela que nos acompanha durante toda a nossa jornada - morre por um tempo.




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